Apito salva o Timão

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Um texto interessante sobre o que poderia ter acontecido.

Por THIAGO CAFARDO

Trinta minutos do segundo tempo. Corinthians e Grêmio empatam em 1 a 1, resultado que leva o time paulista para a Segunda Divisão. O jovem Lulinha avança pela direita, dá um corte no zagueiro e toma um carrinho. O árbitro Alício Pena Júnior não titubeia: pênalti.

Sem Finazzi em campo, coube ao experiente Vampeta assumir a responsabilidade. Ele se prepara, bate, mas o goleiro Marcelo faz grande defesa. Para alívio da Fiel, o assistente Aristeu Tavares manda voltar o pênalti. Nova cobrança, novo erro. Vampeta se desespera. Mas ele não havia percebido que o bandeira, novamente, havia indicado que o goleiro do Grêmio se adiantara.

O técnico Mano Menezes reclama, diz que “isso é um vergonha” e é expulso de campo. Sem condições psicológicas, Vampeta pede para Clodoaldo bater a penalidade. O atacante converte o pênalti, para alegria da Fiel.

Fim de jogo. O Corinthians segura a pressão do Grêmio e se mantém na Série A. Jogadores do Grêmio cercam o árbitro Alício Pena Júnior. A torcida do time gaúcho joga objetos em campo e sai do Olímpico aos gritos de “vergonha, vergonha”. Do outro lado, Betão chora de alívio. Ovacionado, o goleiro Felipe vai ao encontro da torcida.

No estádio Serra Dourada, o presidente do Goiás, Paulo Goulart, aos prantos, diz que o futebol brasileiro deveria fechar para balanço. “Isso é uma palhaçada, uma vergonha”.

Na segunda-feira, o jornal Diário de S.Paulo estampa manchete. “Apito salva o Timão”. No diário Lance!, a manchete era: “Valeu, Alício”. A Folha de S.Paulo diz: “Juiz ajuda e Corinthians fica na Série A”.

O jornal O Popular, de Goiânia, traz na capa uma foto de Paulo Bayer chorando e afirma: “Assalto em Porto Alegre tira Goiás da Série A”. Além disso, o periódico traz matéria com o presidente do Goiás, afirmando que vai entrar com uma representação no STJD para anular a última rodada. “Eu disse bem antes que isso iria acontecer”.

Na mesma edição, o jornal goiano escreve matéria dizendo ter informações de que Kia Joarabchian, presidente da MSI, teria enviado R$ 4 milhões ao Corinthians. O suposto dinheiro poderia ter sido repassado ao trio de arbitragem.

No programa Arena SporTV, o diretor de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, promete emprestar “quatro ou cinco jogadores” para o Goiás disputar a Série B. “O São Paulo vai fazer a sua parte”, dizia o cartola. Em Santos, o presidente Marcelo Teixeira também se solidariza com o time goiano. Lá da Alemanha, o meia Tinga, ex-Internacional, liga para seu amigo Harley para prestar solidariedade.

A comoção nacional é geral. Jornais de todo País todo repercutem a permanência do Corinthians na Série A. As torcidas Mancha Verde, do Palmeiras, e Independente (do São Paulo) se unem em nota paga nos jornais paulistas. “É o fim dos tempos do futebol brasileiro”, dizia o comunicado.

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