Brasil sempre dá um alto valor ao futebol, valoriza uma ou outra conquista em outros esportes. Mas quando chega esta época de Olimpíadas tudo muda.
Vários brasileiros aparecem como “especialistas” em todos os esportes, com cobrança por medalhas em qualquer disputa. Com o detalhe, apenas o primeiro lugar é valorizado, muito por parte da nossa cultura de valorizar apenas os “vencedores”.
Dá-lhe cobrança em cima de tropeços, escorregões. Indignações por derrotas “bobas” em outros esportes. Descontentamento por um atleta de alto nível conseguir “apenas” um bronze ou prata.
Esquecem tudo que estes atletas sofrem. Da falta de patrocínio, da falta de apoio e da falta de espaço na mídia (frisando aqui que a Rede Globo podia ter uma outra postura e ao menos citar os jogos em seus telejornais, algo que não é feito apenas por concorrência com a Record).
Comparações com outros países, criticando nossas performances. Hoje mesmo ouvi comentários sobre uma garota da Lituânia que ganhou o Ouro na natação e “criticando” o fato de muitos atletas comemorarem uma classificação para uma semifinal.
Fora dos jogos não temos notícias de outros esportes ao longo do ano.
Apesar do tamanho do nosso país e da melhora que o esporte teve estamos longe de sermos uma potência esportiva.
O vôlei de quadra só conseguiu chegar num nível de excelência por conta da criação de um centro de treinamento em Saquarema que permitiu uma evolução começando nas categorias de base e refletindo com a formação de atletas neste esporte.
Enquanto o mesmo não acontecer em esportes de menor visibilidade, que não sejam da moda, meu papel estará em torcer e cobrar bons resultados, mas de acordo com o investimento e estrutura que os atletas contam nos bastidores. E bater palmas para cada atleta presente, sabendo que para muitos é uma oportunidade de uma vida estar presente nestes jogos.