Os meninos da Vila tiveram oportunidade de assistir uma exibição de gala, com imagem melhor que qualquer cinema 3D e com qualidade técnica que nenhum videogame consegue.
É inegável que o time da Vila Belmiro tem qualidade, principalmente do meio para frente. Já comentei muito aqui no site. Mas também sempre bati na tecla que a defesa do Santos é fraca e iria sofrer contra um time que pratica o futebol total.
Para quem é amante do futebol, assistir uma partida do Barcelona é uma experiência única. Saber que será possível presenciar um time que irá dominar as ações em campo, ter a maior posse de bola e irá criar mais chances de gol que seu adversário.
Poder presenciar um time com uma quantidade absurda de passes certos, com uma vocação para se lançar ao ataque e com um esquema de jogo baseado pura e simplesmente em passes curtos e rápidos. Sem chutões, sem lançamentos. Um time ao mesmo tempo paciente (capaz de recuar a bola para seu goleiro e o mesmo sair jogando com tranquilidade, melhor que muito jogador de linha) e incisivo (capaz de com três toques já estar na área adversária).
É verdade que Muricy fez uma aposta arriscada, tentando proteger sua defesa (com o time jogando com três zagueiros). Preferia que pelo menos pudéssemos ver um Santos ofensivo, “trocando chumbo” com o Barcelona. Mas os últimos jogos do time espanhol mostram que pouquíssimos times conseguiram encarar o time de Guardiola, com reais chances de conseguir sair vencedor do confronto.
O fato de ter uma filosofia de jogo bem definida que faz toda diferença. Com um esquema de jogo que não depende dos nomes em campo, tanto que o time muda a cada jogo, com nomes diferentes em campo, só que mantendo o mesmo padrão de jogo.
Não se trata de um time invencível. Mas não se nota fraquezas claras neste time para serem exploradas.
A maneira de o Barcelona jogar deveria fazer parte do manual de como se jogar um bom futebol. Material a ser trabalhado / ensinado nas categorias de base e ser trabalhado devidamente. Parreira e Telê (para ficar nos mais recentes) foram técnicos que tentaram implementar filosofia parecida, mas esbarravam na falta de tempo, de respaldo da diretoria e até de “mão-de-obra” qualificada.
Mostra que é possível sim praticar um futebol vistoso, ofensivo e com resultados. Acredito que para os santistas teria sido mais “aceitável” levar a mesma goleada (ou até maior) desde que o time também tivesse buscado o ataque, buscado jogar, ao invés de ficar com um respeito excessivo em campo.
Mas serve de aprendizado, e quem sabe não seja um exemplo que o Santos possa seguir, já que ao meu ver, ofensivamente é o time que tem mais potencial para esta qualidade de jogo que o Barcelona segue.
E não podemos esquecer que a goleada na final de Clubes não apaga um ano primoroso do Santos, com a vitória na Libertadores, Paulista e um a campanha no Brasileirão que por pouco não deixou o time com chances reais de título.
Agora é esperar a próxima exibição de gala do Barcelona e aguardar as novidades no mercado da bola para ver o que nos reserva em 2012.