Um fim de semana com Brasil no futebol e nas quadras. A torcida para que a seleção masculina de futebol finalmente apresentasse um bom futebol. A esperança de mais uma boa partida de Marta e companhia e a torcida por mais um título da seleção de Bernardinho no vôlei de quadra.
Mas infelizmente o fim de semana foi decepcionante.
No sábado o Brasil escapou de um vexame ainda maior. Jádson foi à grande surpresa de Mano (no lugar de Robinho) chegando até a abrir o placar a favor do time canarinho, mas a virada paraguaia aconteceu e Fred salvou o time da derrota ao empatar a partida no segundo tempo. Novamente uma atuação fraca da seleção de futebol, que no papel conta com os jogadores que todos os “técnicos” gostariam, mas que em campo não rende, deixando Mano em situação complicada e podendo ver seu trabalho na seleção abreviado.
No domingo muitos esperavam uma atuação de gala de Marta e companhia, na “final antecipada” contra os EUA. Um empate no tempo normal, sendo que a seleção americana teve uma jogadora expulsa no pênalti que gerou o empate brasileiro. Penalidade esta que foi cobrada duas vezes, pois a juíza mandou voltar à primeira cobrança por invasão na área.
Jogo na prorrogação e logo no começo o segundo gol brasileiro. Só que o Brasil (como vários times) não soube aproveitar a vantagem numérica. Alguns lances em contra-ataques, mas em vários momentos um excesso de preciosismo e até simulações de contusões para deixar o tempo passar enquanto que as americanas mostravam uma resistência física elogiável, principalmente pelo desgaste da inferioridade no placar e no número de jogadoras em campo. No fim do segundo tempo o empate (merecido) da seleção dos EUA, levando a partida para os pênaltis com vitória das americanas conquistando a vaga para a semifinal da competição.
E a esperança no time de Bernardinho foi em vão. Uma partida de alta qualidade técnica, com o Brasil largando na frente, levando a virada, mas conseguindo empatar e decidir a partida apenas no quinto set. Mas infelizmente a Rússia levou a melhor e foi campeã com méritos.
E as derrotas tiveram seu impacto inversamente proporcional ao momento em que ocorreram. A derrota da seleção de vôlei foi sentida, mas o time de Bernardinho há muito tempo é referência no cenário mundial e o vice-campeonato é mais mérito do time russo do que demérito do time brasileiro. Time este que continua sendo o top do mundo, o time a ser vencido.
No futebol feminino apesar das esperanças em Marta e em outras jogadoras, a derrota nas quartas de final mostra muito mais a força de jogadoras que não tem nenhum incentivo no Brasil para exercer sua atividade, precisando recorrer ao exterior ou “dar a sorte” de algum time de ponta investir alguns reais no futebol feminino, apenas para que elas possam manter a forma física. A falta de um campeonato no Brasil faz com que a renovação seja complicada e os feitos sejam cada vez mais difíceis e por isso mesmo mereçam ser valorizados.
Já o empate da seleção masculina de futebol causou revolta. Não só pelo resultado. Apesar da seleção ainda ter muitas chances de passar desta fase de grupos não podemos esquecer que este time ainda não convenceu. Mano precisa de tempo para trabalhar, é a primeira vez que conta com os jogadores com tempo para treinamentos, mas os jogadores parecem jogar sem vontade, sem garra. A apatia em campo é nítida. Parecem jogar de salto alto, achando que a qualquer momento podem abrir o placar e conseguir a goleada. E por conta disso Mano sabe que seu futuro na seleção é incerto. Ou o time começa a convencer ou ele pode começar a preparar seu currículo.