Cruijff deu declarações fortes, mas sinceras ao dizer que a nossa seleção não encanta e não pagaria para assistir a uma partida de nossa seleção.
A Holanda começou com uma forte marcação no meio de campo, impedindo (novamente) que nosso time tivesse criação. Mas em dois lances onde o time teve espaço e conseguiu jogar com a bola no chão e com rapidez, o time teve dois gols. Um de Robinho, corretamente anulado em impedimento de Daniel Alves (figura nula no jogo inteiro) e outro em lançamento preciso de Feilpe Melo e conclusão de Robinho, dessa vez abrindo o placar, com 10 minutos de jogo.
A Holanda apostava no jogo em cima de Robben, como ponta, explorando o lado mais fraco da defesa brasileira (Michel Bastos), mas no primeiro tempo não criou perigo a meta de Júlio César, mesmo porque o time jogava de forma consciente em campo, não oferecendo o contra-ataque para o Brasil. Kaká aos 30 quase marcou um lindo gol de fora da área, contando com a defesa de Stekelenburg.
Veio o segundo tempo, sem mudanças de nome, mas com Robben tendo o auxilio de Sneijder, que começou a aparecer no jogo. Logo aos 8 minutos cruzamento de Sneijder, com péssima saída de bola de Júlio César e desvio de Felipe Melo (sem culpa no lance).
O time acusou o gol e Dunga optou por tirar Michel Bastos, travando um duelo complicado com Robben, mas com cartão amarelo (que quase causou a expulsão do jogador, se não fosse o juiz voltar atrás no lance) e colocar Gilberto, que fez o duelo no setor esquerdo da defesa brasileira ser decidido. A favor da Holanda.
Aos 22, um escanteio que foi originado por falha de Gilberto e com Juan tirando a bola de Robben. Na cobrança, falha da marcação brasileira, onde a bola foi desviada e Sneijder, sozinho na área, virou a partida para o time holandês.
O time brasileiro, que não conseguia criar lances e abusou de chutões e ligações diretas durante o jogo todo dependia de lances individuais e achar um gol para levar a partida para a prorrogação, até porque aos 28 minutos Felipe Melo participou ativamente do jogo, ao agredir
Robben e ser corretamente expulso.
Além de acusar o baque pelos gols, o time brasileiro se mostrava sem equilibro. Robinho, o melhor jogador brasileiro na Copa discutiu demais e no segundo tempo foi figura nula. Daniel Alves, uma grande aposta, se preocupou apenas em discutir.
Kaká não foi omisso, procurou movimentar-se, mas não conseguiu achar espaços para jogar em campo. Luís Fabiano, alguém de quem se esperava muito, não tocou na bola e não teve nenhum lance de perigo.
Mudar o time? Dunga mexeu tirando Luis Fabiano (para mim deveria sair Daniel Alves) para a entrada de Nilmar.
O time abandonou a parte tática e foi para cima de forma desorganizada, chegando a ter um lançamento de Gilberto Silva para Lúcio. Fora isso, o time nervoso, errando passes fáceis e perto do fim do jogo o time não levou o terceiro por preciosismo da seleção holandesa, numa jogada onde 3 jogadores da Holanda apareceram de frente para Julio César, contando com desarme do Brasil, mas deixando claro o controle da Holanda que aconteceu no segundo tempo, pois o lance parecia roda de bobinho.
O time é eliminado com a cara de Dunga, jogadores nervosos e entregues a marcação adversária. Robben e Sneijder foram os nomes do jogo, de um time bem armado que poderia ter goleado o Brasil no segundo tempo e podem sim sonhar com o título da Copa.
Notas dos jogadores (posteriormente no blog uma análise mais calma a respeito da performance na Copa)
Júlio César – Falhou em lances capitais e ajudou a deixar o time tenso em campo – Nota 4,
Maicon – Não foi exigido na marcação, mas não conseguiu ter a mesma força no apoio ofensivo. Também se mostrou nervoso no segundo tempo – Nota 6
Lúcio – Errando jogadas fáceis e exagerando demais ao querer “apoiar” o time e ser o “meia” que não tínhamos. Fora isso não foi o leão na marcação de outros jogos – Nota 5
Juan – Mais seguro e firme que Lúcio, se desdobrando para cobrir os espaços – Nota 6,5
Michel Bastos – Travou um duelo complicado conta Robben, equilibrado no primeiro tempo, mas perdendo no segundo tempo, inclusive sendo necessária a substituição do jogador, mas melhor que nos outros jogos – Nota 6,5
Gilberto Silva – Fez bem seu trabalho de marcação, mas peça nula quando o time precisava de jogadores para tocar a bola e chegar ao ataque – Nota 6
Felipe Melo – Lançamento primoroso no primeiro tempo para o gol de Robinho, mas manchou sua participação com a participação no primeiro gol holandês e principalmente com a ridícula expulsão – Nota 2
Daniel Alves – Uma decepção no jogo, preocupado apenas em brigar e errando tudo que tentou – Nota 3
Kaká – Movimentou-se, tentou jogadas, mas errou quase todos os lances que tentou. Valoriza-se o fato que não foi omisso em campo, mas não foi o jogador decisivo que se esperava – Nota 6
Robinho – Fez um bom primeiro tempo, mas no segundo tempo entrou no nervosismo brasileiro e não fez nada de prático no segundo tempo –
Nota 6,5
Luis Fabiano – Peça nula em campo. Nervoso em alguns lances (até desleal) e não conseguiu achar espaços para jogar, não conseguindo oferecer nenhum perigo a defesa holandesa – Nota 4
A teoria da conspíração, publicada neste blog em 02 de julho de 2006, seria uma ferramenta bem melhor para analisar essa eliminação. É só se perguntar se é possível um time se desmanchar no intervalo do jogo – que estava vencendo e bem – dentro do vestiário, e depois de deixar o time adversário que se assustou com a permance da seleção brasileira, para, logo a seguir, errar na marcação de um cruzamento na área onde estava um volante e o goleiro na bola. Ninguém do time adversário. A partir daí desmoronar a ponto do melhor zagueiro da copa – Juan – na jogada do segundo gol da Holanda, tirar uma bola na entrada da área e ao invés de jogar para a lateral, jogou para a linha de fundo quando estava sozinho na bola, sem pressão. E por aí vai. Dá pra ter outra explicação?
Eu me sentiria menos idiota acreditando que nossos ‘herois’ participam, querendo ou não, de uma conspiração para bem maior do mundo do futebol, que acreditar que eles são feitos de gelatinas e, mesmo com a imensa experiência internacional, acabam se amedrontando diante de fortes responsabilidades profissionais.
Acreditar que um país que proporcionou recentemente jogos como o Santos 3 X 4 Grêmio, e Santos e Santo André na final do paulista, pode realizar um espetáculo tão medíocre como uma eliminação nas quartas por erros infantis… É duro de acreditar que seja só isso.