Em má fase o time do São Paulo resolveu abaixar o preço dos seus ingressos na última partida (empate contra o Atlético-PR) com preços chegando até a R$2,00 que geraram piadas em redes sociais, mas om público de mais de 25 mil pessoas em uma noite fria no meio da semana e com o time longe de estar encantando aponta para um acerto do tricolor em meio a tantas decisões desastrosas dos últimos tempos.
Vários clubes , principalmente quando estão lutando contra o rebaixamento, abusam desta “solução” para que o torcedor possa apoiar o time, ao passo que em boa fase costumam cobrar preços exorbitantes.
Infelizmente os dirigentes de marketing ainda são em sua maioria amadores e não conseguem pensar de uma forma global, ampla, visualizando o mercado como um todo.
Pense em um anunciante. Para ele é melhor anunciar e divulgar sua marca para um público de 30 mil pessoas ou para 10 mil pessoas?
Pense no clube. Se for apenas em valores é claro que ele vai deixar de cobrar R$2,00 e ter uma renda de 60 mil reais, preferindo cobrar R$10,00 e ter uma renda de 100 mil.
Já o torcedor, em sua maioria tem o prazer de estar em um estádio lotado, encontrando “semelhantes” para torcer junto com ele, dividindo a mesma paixão. E claro, os jogadores sentem-se melhor quando jogam num estádio cheio.
O foco é na falta de visão dos profissionais que não enxergam a médio / longo prazo, preferindo ganhar de forma imediata, sem pensar que a qualidade do espetáculo não condiz com o preço cobrado, principalmente pelo que está fora do jogo (como alimentação, sanitários, estacionamentos, etc).
Os clubes precisam usar os estádios como fonte de renda e alguns estão aprendendo e não por sorte, mas sim por contar com profissionais de marketing gabaritados. Internacional , Grêmio e Corinthians são dois exemplos de clubes que conseguiram capitalizar estes recursos e conseguir ótimas rendas, permitindo até cobranças consideradas “abusivas” por alguns , mas pensando em outro tipo de público que pode investir mais (oferecendo benefícios a este torcedor).
Não acho que seja a elitização do futebol como é dito. Como citei acima, existe uma diferença absurda entre o custo beneficio de assistir uma partida de futebol e ir no cinema, mas os clubes hoje (principalmente pelo campeonato de pontos corridos) conseguem se planejar melhor e justamente para maximizar as receitas é que estão investindo nos programas de fidelização dos torcedores.
Tanto que existe a tendência que quase nenhum ingresso possa ser comprado nas bilheterias, sendo vendido sempre de forma antecipada e essa bola de neve positiva aumente. Com mais renda, melhores as possibilidade dos clubes manterem elencos qualificados e competitivos. Com elencos competitivos os clubes continuam em evidência, lutando por títulos, angariando novos sócios , que vão fechar novos planos e aumentar cada vez mais as cifras.
Possibilidades estão abertas. Depende de trabalho sério e competente e não de ações amadoras e passionais.