O problema é o legado, não a Copa em si

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Ontem a noite estava acompanhando a rádio CBN para escutar informações sobre os protestos por todo o Brasil e ouvi o jornalista Juca Kfouri comentando sobre as agressões a veículos com logo da FIFA, sobre a delegação italiana estar pensando em retirar-se da Copa das Confederações e até o comentário sobre a FIFA pensar em cancelar a Copa das Confederações e acionar a União para ressarcimento de prejuízos.

Ao longo desta sexta-feira estou ouvindo declarações diversas de pessoas relacionadas tanto a FIFA como a Itália, minimizando / desmentindo estes boatos.

A Copa das Confederações é uma competição importante em termos futebolísticos, mas trata-se de um evento teste para a Copa do Mundo e neste ponto é preciso refletir nos dois pontos.

O primeiro ponto é que um possível cancelamento seria pago pelo povo brasileiro e não pelos dirigentes, isso é mais do que óbvio. Se chegasse neste ponto, com o clima que estamos por conta dos protestos. É provável que os políticos pudessem estar até com sua integridade física ameaçada. Só por isso já acho que eles vão tomar alguma atitude e caso a FIFA concretize a ameaça vão fazer o possível e impossível para que a competição chegue ao seu final.

Já com relação à Copa do Mundo tenho sérias dúvidas. Já foi gasto um valor muito acima do que era previsto e a maior parte (se não for à totalidade) teve como fonte os cofres públicos. Teremos os elefantes brancos e não temos muito o que fazer neste sentido. A Copa como um evento esportivo por si só teria “pouco” a agregar. Mas uma vez que estamos com a competição em nosso país e aproveitando a onda de manifestos vale sim a cobrança em termos do “legado da Copa”. Toda a infraestrutura do país que deveria ter sido melhorada ainda pode acontecer, talvez em tamanho menor do que esperávamos, mas que ao menos seja algo que realmente beneficie o país.

A conta paga por nós já está alta. Não ter a Copa do Mundo no ano que vem somente aumentaria o nosso prejuízo. O foco deve ser em permitir que a competição seja muito mais que um evento esportivo, que ela aconteça sim, mas com um legado que fique para nossos filhos e netos.

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