Vendo as cenas de violência nos estádios, os confrontos de torcida, fico extremamente frustrado por perceber que a rivalidade, em muitas ocasiões, deixou de ser sadia, tornando-se perigosa em muitos sentidos.
O torcedor de um clube rival deveria ser visto apenas como rival e não como inimigo. Acompanhei muitos clássicos e sempre fiquei admirando com o show que era proporcionado pelas torcidas, “disputando” quem aparecia mais, de forma sadia.
Hoje isso é cada vez mais raro.
Para muitos, a graça do futebol não é apenas ver seu time ganhar, mas sim poder tirar sarro do rival. Semana de clássico era assunto para a hora do café no trabalho, para a happy hour, para o jantar em familia, etc.
Depois do clássico então, a segunda-feira era esperada com afinco pelo ganhador e vista com desespero pelo perdedor.
Mas é bom perceber que isso ainda é possível. Que essa rivalidade sadia ainda pode e deve existir. Em jogos no interior é normal vermos torcedores rivais entrando lado a lado, sem se preocupar com a rivalidade, com a integridade fisica.
Neste domingo eu acabei vendo o clássico paulista em um bar com torcedores de ambos os times, muitos com camisetas alusivas ao clube de coração. Pessoas que nunca tinham se visto tirando sarro um dos outros, preocupados apenas em torcer pelo seu time, encarando a partida com seriedade, mas como apenas uma partida de futebol, não como um assunto de vida ou morte.
Esse clima sadio precisa ser sempre valorizado. As novas gerações que hoje começam a acompanhar o futebol devem ter esse contato, acostumarem a isso, para que possam apenas se preocupar em torcer e não preocupar-se com sua integridade fisica.